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ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
 Arquitetura Bioclimática
2014-11-24
Arquitetura Bioclimática

Até aos anos 60 do século XX privilegiava-se, em Portugal, a construção tradicional, com maior foco na orientação solar e nos materiais disponíveis na zona de construção. Contudo, com a migração das populações do Interior do país para as cidades, a construção em altura ganhou destaque. Consumir sem consumir o mundo em que se vive Recuperando antigas técnicas ou utilizando novas, há várias razões para adoptar a arquitectura bioclimática. O problema energético tão presente nos dias de hoje é uma delas. Apesar da aparência limpa, a electricidade, por exemplo, é produzida, em grande percentagem, pela queima de combustível (petróleo, gás), com a correspondente libertação de gases, como o CO2, que nos leva ao bem conhecido efeito de estufa

Uma segunda razão é óbvia:equipamentos de climatização mal instalados, janelas demasiado simples e mau uso da orientação solar são alguns dos principais problemas (dados Deco/ Proteste) a prejudicar a eficiência energética da sua casa. A alternativa está, por isso, antes de mais, nas mãos dos consumidores: alimentar-se da energia solar disponível, sob a forma de luz ou de calor, com a meta de consumir o mínimo de energia possível, mantendo um nível de conforto equivalente. É, aliás, um dos princípios da arquitectura bioclimática. O exercício passa por captar raios solares, armazenar a energia, distribuir o calor pela habitação e evitar desperdícios devidos ao vento. O objectivo é manter a temperatura estável. É necessário, no entanto, integrar adequadamente as diferentes estratégias e relacioná-las com outros aspectos do desempenho ambiental, como a iluminação e a ventilação naturais. 
No Inverno, os vidros, as varandas e as paredes “captadoras” encarregam-se de captar o calor do sol. Armazenado durante a exposição diurna, o calor é, então, restituído durante a noite. Os materiais, com virtudes de isolamento e capacidade de armazenamento, conservam a temperatura. Ainda que a concepção interior dos espaços desempenhe um papel não menos importante no isolamento térmico. Casas de banho, garagens, escadas, corredores, entre outros, são considerados zonas “tampão”. Devem, por conseguinte, ser orientadas a norte, afim de reduzir o impacto do frio.

Basta ter em conta alguns destes factores para que a factura da energia pese menos no seu orçamento. 


Calcular o Ecobalanço

Cada construção bioclimática deve ter em conta as possibilidades e limitações, num claro desafio à arquitectura de olhos no ambiente.

Quando se opta por este tipo de construção, o ecobalanço final deverá ser positivo. Uma casa construída exclusivamente com base em materiais com a reputação de serem os mais “sãos”, sem qualquer compromisso, corre o risco de ser um problema face ao nível de consumo energético. A arquitectura tem, por isso, de considerar a origem dos materiais utilizados, privilegiar os de origem em recursos renováveis – se possível, locais –, a partir de ciclos curtos de produção e pouco dispendiosos em energia, os menos poluentes (quanto possível), degradáveis ou passíveis de serem reciclados (o que nos levaria à arquitectura sustentável...). Optar por uma casa que apresenta temperaturas que, na maior parte do ano, dispensam equipamentos de aquecimento ou arrefecimento, em detrimento das casas que parecem “fornos” no Verão e “frigoríficos” no Inverno, está associado a inúmeras vantagens, sobretudo num clima (português) que goza de condições que o tornam significativamente mais afável do que países com climas mais rigorosos. As condições existem. Basta perceber como aplicar algumas técnicas em casa para atingir um maior conforto térmico. As agências de energia, municipais ou regionais, podem ser uma boa fonte de informação. Adicionalmente, a Agência para a Energia (www.adene.pt) tem informação sobre o Sistema de Certificação dos Edifícios e os novos regulamentos. 

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