Logo Sociedade Ponto Verde

2015-04-30

Foi a tentar responder ao problema do preço elevado dos óculos de sol de boa qualidade que três amigos – Nuno Pinto, Afonso Caldeira e Hugo Janes – começaram a trabalhar neste projeto. E depressa perceberam que existiam duas razões de peso para os elevados preços deste produto: em primeiro lugar, uma única empresa detém aproximadamente 75% do mercado a nível mundial; em segundo lugar, a distribuição é quase exclusivamente física e não via online, o que acaba por encarecer os produtos.

 

“Entendemos que existe uma oportunidade para explorar tanto no lado da produção como no lado da distribuição, e lançámos os nossos óculos com lentes polarizadas de elevada qualidade e feitos de madeira ou bambu, com preços entre 50 e 60 euros. Não conhecemos mais nada no mercado com esta relação qualidade/preço”, explica Hugo Janes. Chamaram-lhes Skog (pt.skogeyewear. com) e tiveram em atenção o facto dos óculos de sol serem “a peça que ocupa o real estate mais relevante de cada pessoa: a sua cara. Nesse sentido, é um desafio muito interessante pensar como se pode abordar esta peça de forma inovadora, seja nos formatos, materiais, cor e qualidade das lentes e parcerias com artistas/ designers”, continua Hugo.

 

“Tentámos trabalhar nas principais características relevantes, o cuidado com a escolha dos materiais, o preço acessível, o design apelativo, e o resultado foi uma marca que representa sustentabilidade e singularidade e que olha para os óculos de sol como obras de arte.” Para lá de aspirarem a ser obras de arte, os Skog são um reflexo da preocupação ecológica dos seus mentores e do facto de acreditarem que os processos de fabrico, de design e de venda têm de tentar caminhar para uma redução drástica da pegada de carbono.

 

“Ao criarmos a Skog, esteve presente, desde o primeiro momento, um trabalho muito cuidadoso na escolha dos materiais. As escolhas da madeira e do bambu surgiram como as opções mais viáveis, depois de estudarmos como poderíamos perseguir uma personalidade ecológica para a marca sem que o material comprometesse a qualidade dos próprios óculos.” Estes óculos de madeira passam por aproximadamente dez etapas de produção com grande intervenção manual. Desde a escolha da peça de madeira que vai dar origem aos Skog até à aplicação das lentes, são necessárias cerca de três semanas até um novo modelo ficar pronto.

 

Os consumidores Skog são maioritariamente homens e mulheres entre os 20 e os 45 anos, “mas o que realmente caracteriza o nosso cliente tipo é a procura por algo diferente e sofisticado, algo disruptivo. São pessoas que têm uma forma diferente de olhar a vida. Alguém que procura um artigo único que acentue a sua singularidade”, afirma Hugo Janes.

 

E estarão estes consumidores mais predispostos a fazer as suas escolhas com base no respeito que os produtos têm pelo ambiente? “Acreditamos que sim, mas existem formas de potenciar esta predisposição do consumidor. Um bom exemplo disso é a frase que utilizamos para descrever o nosso produto: ‘não há dois pares iguais’. O consumidor atual procura algo diferente, algo único, que o distinga e que o valorize, e julgo que não há melhor maneira de garantir isso do que associar esta componente de singularidade à sustentabilidade dos materiais.

 

O feedback dos nossos clientes relativamente ao posicionamento da marca e à qualidade do produto final tem sido ótimo.”Em busca dessa singularidade, a Skog prepara várias novidades para 2015, embora os seus criadores optem por ainda não revelar todos os detalhes. “O que podemos partilhar é que estamos a trabalhar na nova coleção primavera/ verão sempre muito focados na inovação do produto e que vamos começar a trabalhar novos mercados dentro da Europa.” E nesses novos mercados este projeto português continuará a passar a mensagem de que cada vez mais se torna essencial que as marcas sejam capazes de promover a consciência ambiental.

DESCUBRA AINDA