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RECICLAR ROUPA ESTÁ NA MODA
Reciclar roupa está na moda
2017-04-20
Reciclar roupa está na moda

Sabia que, de acordo com a Quercus, os resíduos têxteis pesam anualmente cerca de 230 toneladas no sistema de recolha de lixo urbano em Portugal? As grandes marcas de pronto-a-vestir internacionais estão atentas a este fenómeno e a apostar forte na reciclagem de roupa. A tendência já chegou a Portugal. Sob o lema “A moda é demasiado preciosa para terminar em lixeiras e aterros”, a marca sueca H&M foi a pioneira, logo em 2013, ao colocar nas lojas e à disposição dos clientes contentores onde podem deixar as peças que já não usam, recebendo em troca cupões de desconto para usar numa futura compra. Um verdadeiro sucesso, esta iniciativa de recolha de roupa usada já reuniu mais de 22 mil toneladas a nível mundial, o equivalente a 100 milhões de T-shirts.


A H&M foi ainda mais longe com o lançamento da linha de vestuário e produtos de beleza Conscious (que promove uma maior sustentabilidade da indústria têxtil) e de uma nova linha de ganga chamada Close The Loop Denim e produzida inteiramente com algodão reciclado em “ciclo fechado” (20% de materiais reciclados a partir das roupas depositadas nas lojas). Soma-se ainda a criação de um prémio, no valor de um milhão de euros – o Global Change Award, já na sua segunda edição –, para distinguir as melhores ideias a nível mundial no campo da reciclagem têxtil. Fazer roupa a partir de derivados de citrinos, micróbios que digerem resíduos de poliéster e um mercado online para resíduos têxteis foram algumas das ideias premiadas na edição de 2015.

 

“A criação de um ciclo fechado para os têxteis, no qual as roupas que os nossos clientes já não querem possam ser recicladas e transformadas em novas peças, permitirá não apenas minimizar o desperdício de têxteis, como também reduzir de forma significativa os recursos virgens, bem como outros impactos que a moda tem no nosso planeta”, disse Karl-Johan Persson, CEO da H&M. 



Zara na corrida à roupa reciclada

 

A espanhola Zara, marca do gigante Grupo Inditex, também não quis perder esta corrida ambiental e anunciou a instalação de cerca de dois mil contentores de recolha de roupa nas principais cidades espanholas, de forma a abranger o maior número possível de pessoas que queiram entregar roupas que já não vistam. O objetivo, futuramente, é que cada loja da Zara disponha de um destes contentores, de maneira a abranger todo o país. Parte da roupa vai diretamente para projetos de caridade, através de instituições como a Cáritas e a Cruz Vermelha, e o restante será usado em novas coleções, depois de um processo de reciclagem. Portugal também já tem lojas com este projeto. Existem 300 pontos de recolha, entre Espanha, Portugal, Reino Unido, China, Irlanda, Holanda, Suécia e Dinamarca, e vão ainda ser instalados noutros países do mundo no início de 2017. Estes pontos irão estar permanentemente nas lojas Zara. Até 2020, a Zara conta doar cerca de três mil toneladas de roupa, o que pode dar origem a cerca de 48 milhões de novas peças de vestuário, promovendo e reforçando aquilo que considera ser um modelo de economia circular, abrangendo todas as fases do ciclo do produto. Nos próximos dois anos a marca vai investir cerca de 3,5 milhões de euros nesta iniciativa.

 

O ano 2016 ficou também marcado pelo lançamento da primeira linha de roupa ecológica da Zara. Apesar de já haver algumas peças feitas com materiais orgânicos, a #JoinLife foi a primeira coleção 100% “amiga do ambiente”.
 

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