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"CIDADES SOBRE RODAS"
2017-01-23
"Cidades sobre rodas"


As cidades devem proporcionar bem-estar e qualidade de vida tanto a residentes como a visitantes.
Idealmente, todos deveriam poder escolher o meio de transporte mais adequado, mais económico, mais seguro e mais confortável, com o mínimo impacto ambiental. O congestionamento no acesso às cidades e a própria circulação nas zonas mais centrais são um desafio que mobiliza gestores, políticos e ambientalistas. Sendo os transportes um dos setores com mais responsabilidade na emissão de gases poluentes, há que aumentar a oferta de melhores e mais eficientes transportes públicos.


O Tejo primeiro


Das diferentes obras públicas em curso em Lisboa, uma ideia transparece: o rio está a ser devolvido às pessoas. Nas intervenções na Frente Ribeirinha, veja-se o que já foi feito entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, agora com jardins, locais de passeio e esplanadas, acessível às pessoas e aos utilizadores de bicicleta. Mas há também a preocupação de criar espaços de convívio e fruição para todos. Veja-se em Carnide, onde as Câmaras de Lisboa e Odivelas trabalham para de uma zona degradada fazer nascer a Nova Feira Popular, um espaço de diversão integrado num parque verde, com zonas de restauração e lazer. Outra das medidas emblemáticas é Uma Praça em cada Bairro, para criar áreas de lazer e convívio entre diferentes públicos, privilegiando o uso da bicicleta, do transporte público e limitando o acesso automóvel. Aliás, já há 60 km de ciclovia na cidade e está programado até final de 2017 fazer o alargamento de passeios e colocar 2500 passadeiras adaptadas. Alvo de queixas constantes por parte dos utentes, seja por não cumprirem horários, seja por serem insuficientes para a procura, os transportes públicos perderam nos últimos anos milhares de passageiros, o que fez com que entrassem mais automóveis na cidade. Na recém-municipalizada Carris estão a ser criadas condições para suprir as falhas e alargar ou renovar a frota. Para o Metro de Lisboa, sob alçada da administração central e com a Câmara Municipal de Lisboa como parceira, já foram destinados 45 milhões de euros para concluir obras interrompidas e problemas de manutenção.


Porto em rede


Também na Cidade Invicta a mobilidade sustentável tem norteado a oferta de novos serviços no setor dos transportes. Igualmente aqui são cada vez mais utilizadas as aplicações inteligentes para informação de tráfego ou indicar a presença de um carro de aluguer. Por outro lado, um conceito recente no nosso país, é o sistema de aluguer à hora carsharing. Surgiu em 2008 na capital, mas também já está disponível no Porto. Funciona em complemento com os transportes públicos e dá acesso a parques de estacionamento localizados junto a interfaces de transporte coletivo, em ambas as cidades. Também quando o Metro do Porto começou a funcionar, em 2002, o sistema park&ride passou a disponibilizar 3.400 lugares de estacionamento a baixo custo. Aqui, o utilizador com o mesmo cartão utiliza o parque de estacionamento e viaja de metro.
Quanto à frota da STCP, são já 54,5% os autocarros movidos a gás natural e agora, para maior comodidade, há mesmo a aplicação Move Me, que mostra qual o autocarro certo para o destino pretendido, em que paragem deve sair, qual o trajeto que poderá fazer a pé até à próxima paragem ou mesmo ficar a saber qual o transporte público mais rápido àquela hora. E, se quiser saber quais os próximos autocarros a parar naquela paragem, basta enviar um SMSBUS e a resposta é na hora. Junto do público universitário, e ao abrigo do programa U-Bike, a universidade e o politécnico vão, tal como outras 13 escolas de ensino superior do país, pôr à disposição dos alunos 300 bicicletas para uso quotidiano, com a possibilidade de aluguer ao semestre.


Viseu a ficar mais sã


Chama-se Mobilidade Urbana de Viseu o programa que até 2025 quer reduzir em cinco mil toneladas as emissões de carbono para a atmosfera. Para cumprir esse objetivo será criada uma nova rede de transportes urbanos e parques de estacionamento. Prevê-se ainda criar a Central de Mobilidade de Viseu, dotada de um sistema de gestão integrado e inteligente. O centro histórico vai libertar cinco ou seis praças do uso do automóvel, para passar a ser servido por miniautocarros elétricos. Mais, até 2018 estima-se que haja 6 km de ciclovias a ligar o hospital e os polos universitários ao centro da cidade, mas o objetivo é nos próximos anos chegar a 66 km, abrangendo a periferia urbana. Viseu não esquece também quem vive nas seis freguesias mais despovoadas. Para tal, está a ser criado o transporte a pedido. Basta que haja quatro pessoas que precisem de se deslocar e, à distância de um telefonema, a qualquer hora, esse transporte é disponibilizado pagando-se apenas o valor do bilhete normal.
 

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