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COPOS "VEGETAIS" REUTILIZÁVEIS
Copos
2015-07-02
Copos "Vegetais" Reutilizáveis

O projeto Bio Poli surgiu em novembro de 2013, integrado no Passaporte para o Empreendedorismo, uma iniciativa do programa estratégico +e +i, gerido pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação. Atualmente constitui uma marca registada de ecodesign nacional da empresa Poli Design Studio, fundada em 2014 por dois designers da Covilhã, Ana Sofia Malta e Hugo Moreira, com 26 e 28 anos, respetivamente.

 

A ideia de comercializar um sistema de copos de plástico de origem vegetal, reutilizáveis, para eventos e empresas, começou a ser desenvolvida para solucionar um problema detetado pelos promotores em 2012. Durante um festival de verão, repararam na utilização de milhões de copos de plástico descartáveis, e se pensarmos que um simples copo deste tipo pode demorar até 400 anos a degradar-se num aterro...

 

Os Bio Poli são fabricados, como o nome sugere, com bioplástico, oriundo de matérias-primas renováveis (canade-açúcar ou milho). O plástico de origem vegetal não é tóxico para a saúde e durante a sua produção emite menos 4,6 toneladas de CO2 para a atmosfera comparativamente ao petroquímico. Reutilizáveis e personalizáveis, foram desenhados para serem fáceis de transportar.

 

Presentemente, os copos Bio Poli ainda não se encontram disponíveis no mercado, existindo, para já, protótipos desenvolvidos numa impressora 3D. No entanto, “por parte do público em geral, com o qual temos contactado em exposições e conferências em que participamos, tem havido interesse e encorajamento para o desenvolvimento do produto e sua aplicação no mercado. Do lado das empresas, desde promotoras de eventos a câmaras municipais, também temos tido pedidos de orçamentos”, diz Ana Sofia Malta.

 

Para que o copo se torne realidade é necessário recorrer, como já referimos, ao bioplástico, um material inovador e ecológico. O custo elevado da matéria-prima constitui o principal entrave à sua comercialização a curto prazo. Na opinião da designer, “o Estado português poderia criar incentivos/apoios para start- -ups que desenvolvam produtos sustentáveis a nível ecológico, de modo a ser possível implementar no mercado produtos que promovam a sustentabilidade ecológica, económica e social”. 

 

Entretanto, o projeto foi um dos finalistas da 7.ª edição do Green Project Awards Portugal 2014, na categoria de Consumo Sustentável, concorrendo taco a taco, na mesma categoria, com projetos de grandes empresas, como a EDP, a Jerónimo Martins e outras de renome nacional. A menção honrosa recebida representou para os mentores da Bio Poli uma grande validação do trabalho desenvolvido.

 

Sempre a pensar no futuro

 

Não faltam ideias para outros artigos, visto que existem no mercado vários produtos descartáveis/semidescartáveis que podem facilmente tornar-se reutilizáveis. Os mais problemáticos, e que a equipa considera merecedores de atenção, são, por exemplo, as fraldas para bebés (demoram cerca de 450 anos a degradarem-se), as escovas de dentes, os cotonetes e as esponjas de lavar a loiça, entre muitos outros. Por outro lado, “o nosso maior sonho consiste em tornar a Bio Poli uma marca de referência de ecodesign a nível nacional e internacional e demonstrar, através dos nossos produtos, a importância do ecodesign e do green marketing, duas áreas profissionais que devem ser valorizadas, pois podem levar ao consumo consciente e amigo do ambiente”, remata a jovem, que deixa aos leitores uma reflexão. Porquê continuar a consumir produtos descartáveis, responsáveis pelo consumo de toneladas de recursos naturais (cada vez mais escassos!), se não são sustentáveis a nível ecológico, económico e social? Um consumidor consciente é amigo do ambiente, e por isso deve optar por produtos que respeitam os 3 “Rs” da sustentabilidade: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

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