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"DESRESPEITAR O MEIO AMBIENTE É UM ACTO DE EGOÍSMO"
2014-09-18
"Desrespeitar o meio ambiente é um acto de egoísmo"

O seu nome, Márcia, transporta-nos imediatamente para o tema A Pele que Há em Mim. E leva-nos também ao encontro de alguém que, numa altura em que palavras como reciclagem e sustentabilidade têm vindo a ser ouvidas de forma cada vez mais recorrente, acredita que as diversas artes podem ser uma ferramenta de excelência para alertar consciências relativamente a um problema que devia ser resolvido por todos.

“A música, o teatro, o cinema e as artes plásticas são um veículo para despertar consciências”, afirma, sublinhando a importância de cada um de nós ter um sentido de responsabilidade em relação ao impacto que os nossos hábitos têm no meio ambiente. “Muitas vezes não temos, sequer, conhecimento de onde vem aquilo que consumimos e em que condições está a ser produzido.”


Esta análise resulta do facto de Márcia ser uma observadora constante e atenta do que se passa no mundo, uma das formas que encontra para buscar inspiração. E, fruto dessa observação constante, Márcia acredita que chegarmos a um cenário em que as pessoas percebam que proteger e preservar o meio ambiente não é um trabalho para os outros, “passa por pormenores na educação, no ensino e na cultura que consumimos. Se virmos bem, o cuidado de pôr no lixo um pacote vazio é algo relativamente recente. A minha geração aprendeu na escola que não se manda lixo para o chão, mas lembro-me de ficar chocada ao ver um filme dos anos 70 em que o Clint Eastwood mandava para o chão um maço de cigarros…”. Quando pensa nas pequenas faltas de respeito pelo meio ambiente, Márcia irrita-se com o egoísmo de quem as pratica e revela que o que mais a revolta, em Portugal, são os incêndios e a impunidade que existe nessa matéria. No seu dia-a-dia, a cantora tem cuidado com o que consome e informa-se da origem dos produtos. Separa o lixo e tenta sempre informar-se sobre a maneira menos poluente de deitar algo fora. “Por exemplo: sei que óleos e líquidos tóxicos não devem
ser deitados no esgoto doméstico, mas espanta-me que as marcas não o saibam ou não se preocupem com isso. Devia vir escrito em cada rótulo! Lá chegaremos.”

CANTAR PELO AMBIENTE

Passando das palavras aos actos, Márcia juntou-se a Luísa Sobral em defesa do Vale do Tua. Desse gesto nasceu uma canção a que muitos outros músicos se juntaram. Chama-se Os sítios mais lindos
que vi e é uma canção escrita por Márcia e por Luísa Sobral, outra das principais vozes da nova música portuguesa. Mas esta é uma canção especial, escrita e composta como forma de ajudar à causa da preservação do Vale do Tua. Em causa estava o projecto que visava construir uma barragem na Foz do Tua e que, de acordo com quem defende a não construção, significará a inundação de uma vasta área do Vale do Tua e cerca de 17 quilómetros da Linha Férrea do Tua. A Márcia e Luísa Sobral juntaram-
-se nomes como Amélia Muge, Frankie Chavez, Mafalda Veiga, Marta Ren, Rui Reininho ou Tiago Bettencourt, entre vários outros, num tema que vale a pena escutar.

SEPARAR O LIXO
Um dos gestos mais simples e que a cantora não dispensa. Embalagens de plástico, metal, vidro e papel e lixo comum são separados e colocados nos devidos contentores.

UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO
Márcia acredita que a educação é um caminho incontornável para mudar comportamentos. E lembra-se
de ter aprendido na escola a não mandar lixo para o chão.

O QUE MAIS A REVOLTA
Quando pensa nas faltas de respeito pelo meio ambiente, Márcia elege os incêndios como o acto que mais a revolta. E condena o sentimento de impunidade face a esses casos.

CONSUMO SUSTENTÁVEL
No seu dia-a-dia, a compositora procura saber a origem dos produtos que consome e a forma como
são produzidos.

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